Após
ser questionado sobre os "valores reais" que o governo terá que
desembolsar para bancar a redução do custo de energia aos consumidores, o
secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que o valor de repasse à
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste ano será "possivelmente
menor que R$ 9 bilhões, mas será número expressivo".
O
secretário disse que o governo decidiu "suportar o custo a mais das
térmicas", que tiveram que ser ligadas devido ao baixo nível de chuvas em
2012. "Isso significa custo elevado do sistema elétrico, que não estava
previsto. A rigor, haveria elevação da tarifa e redução. Não achamos esse
processo positivo. Entendemos que deveríamos suportar", justificou.
A
proposta de orçamento para 2014 prevê repasse de R$ 9 bilhões para a CDE.
Augustin lembrou que esse é o valor previsto e que pode ou não ser
completamente usado. O Tesouro Nacional autorizou hoje mais uma emissão de
títulos em favor da CDE no valor de R$ 2,049 bilhões.
Na
semana passada, Augustin já havia afirmado que o repasse para a Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE) no mês de setembro ficaria entre R$ 1,5 bilhão
e R$ 2 bilhões. Em julho, o valor foi de R$ 500 milhões e, em agosto, de R$ 1,5
bilhão.
O
assunto foi colocado em pauta pela senadora Ana Amélia (PP-RS), que perguntou
quais sãos os "valores reais" que o governo terá que desembolsar para
bancar a redução do custo de energia aos consumidores. "Falou-se muito
quando o governo falou da política energética para baratear custo de energia de
um porcentual de desembolso do Tesouro para custear a redução do custo aos
usuários.
As
informações que temos é que esse valor é muito maior do que o previsto",
disse. O secretário participa de audiência pública na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado.
Desonerações
Augustin
afirmou que o governo entende que "o processo de desoneração deve ir mais
lentamente no próximo período", sem detalhar prazos. "Fazemos balanço
do que é possível fazer em cada momento", disse.
"Estamos
voltando a ter processo de crescimento e esperamos que isso continue. Em função
de que já fizemos quantidade significativa de desonerações, vamos trabalhar
isso com maior moderação. Não significa que não haverá residual, mas a política
como um todo é de menor desoneração no próximo período", reformou.
Augustin participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado Federal.
Reforma
tributária
O
secretário do Tesouro Nacional disse que reformas do sistema tributário dão
certo. Ele citou o fim da chamada guerra dos portos, aprovado no ano passado
pelo Congresso.
Segundo
ele, a reforma na cobrança do ICMS sobre importações nos portos foi de grande
importância porque reduziu a guerra fiscal entre os Estados. Augustin disse que
a mudança levou ao aumento da arrecadação na maior parte dos Estados.
"Digo isso porque quero estimular os senhores a fazerem reformas do
sistema tributário porque dão certo", afirmou.
O
secretário disse que também é desejo do País que se faça a unificação das
alíquotas do ICMS interestadual. Ele lembrou que a União já se dispôs a criar
fundos para compensar eventuais perdas dos Estados.
O
presidente da CAE, Lindbergh Faria, afirmou que há condições políticas de votar
a reforma no plenário do Senado. "O Senado está pronto para votar no
plenário".
Câmbio
Arno
Augustin também afirmou que o governo acredita que o real não deve ter
demasiada volatilidade. "Trabalhamos no sentido de diminuir volatilidade.
Através do BC, fazemos política e estamos indo bem. Vamos continuar trabalhando
para que continue assim", disse.
Questionado
por senadores sobre o efeito do câmbio nas contas publicas, Augustin disse que
o aumento do dólar em relação ao real gera efeito positivo na dívida
brasileira. "Quando a moeda tem esse comportamento, o efeito sobre a
divida é de diminuição, porque Brasil é credor (externo) líquido", disse.
Ele repetiu que os fundamentos da economia brasileira são "muito
bons". "Na outra crise, demonstramos isso e estamos demonstrando
novamente nesta. Temos situação fiscal muito sólida", afirmou.
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