segunda-feira, 30 de setembro de 2013

UMA REALIDADE NA CONSCIÊNCIA

A CIDADE DE SEABRA, CENTRO GEOGRÁFICO, LOCALIZADO NA REGIÃO CENTRO SUL DO ESTADO, NO TERRITÓRIO DA CHAPADA DIAMANTINA, AO LONGO DOS ÚLTIMOS ANOS, TEM SE TRANSFORMADO COM AS NOVAS EDIFICAÇÕES PREDIAIS, LOTEAMENTOS, LEGALIZAÇÃO DO TRANSITO, DENTRE OUTRAS AÇÕES DA INICIATIVA PRIVADA E O PODER PÚBLICO, REPAGINANDO O LÚDICO, Á QUEM SE VÊ E APRECIAM O POLO COMERCIAL E CENTRO ADMINISTRATIVO DA REGIÃO, PARA MUITOS UMA VITÓRIA E PARA OUTROS UMA ILUSÃO RECAPANDO O TAPETE HISTÓRICO COM AS MAZELAS AO LONGO DE SUA EXISTÊNCIA, COMO POR EXEMPLO: O SANEAMENTO BÁSICO E O MEIO AMBIENTE, ASSUNTO TÃO DISCUTIDO EM REUNIÕES, OFICINAS, CURSOS, ENCONTROS E PALESTRAS, E O QUE PODEMOS FAZER MAIS POR NOSSA CIDADE EIS, A QUESTÃO?
SABEMOS DA DIFICULDADE GERADA PELO ASSUNTO E AS FALÁCIAS PROMETIDAS COMO SOLUÇÕES, QUANDO SE TRATA DA FORMAÇÃO MOBILIZADORA PARA AS TEMÁTICA SOCIAIS E SUAS CONSEQÜÊNCIAS, APADRINHADAS PELO O PODER DO FANATISMO IDEOLÓGICO, NÃO APONTAMOS E MUITO MENOS BUSCAMOS CULPADOS, SE FAZENDO OUVIDO DE MERCADOR, NA ÁRDUA LUTA DO BEM ESTAR APARTIDÁRIO DE NOSSO POVO, É PRECISO QUE SE UNAM COM CONSCIÊNCIA LÍMPIDA, UNINDO FORÇAS COM OBJETIVO DE MELHORIAS AMBIENTAL E SOCIAIS, O PROJETO SE LIMPA SEABRA, VISA COMO PRINCIPAL OBJETIVO IMPLANTAR CONHECIMENTO E AÇÕES COM COMUNIDADE, JUNTANDO A OUTROS JÁ EXISTENTES, TORNANDO-SE VIÁVEL UMA COBRANÇA SIMPLIFICADA AO PODER PÚBLICO NA SUA EXECUÇÃO PERANTE A LEI.
SE LIMPA SEABRA!
UNAM - SE, ENTRE NESTA LUTA. AFINAL A CIDADE É NOSSA E O MEIO AMBIENTE É DE TODOS NÓS!
Salvador Martins


sábado, 28 de setembro de 2013

Servidores públicos recebem capacitação em sustentabilidade

Cerca de 50 servidores da administração pública participam, desde quarta-feira (25), da segunda turma do curso de capacitação  em Sustentabilidade na Administração Pública. O curso busca reforçar a implementação do programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) em todos os  órgãos. 
A ideia é que os servidores aprendam ações que promovam a sustentabilidade em suas rotinas de trabalho. Eles aprenderão sobre como gerenciar projetos, construções sustentáveis, eficiência energética, eficiência no uso da água, gestão de resíduos (plano de gerenciamento), qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação dos servidores, análise do ciclo de vida e licitações sustentáveis.
Nesta edição, participarão servidores do Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O treinamento acontece em Brasília, entre o dia 25 e 27, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O curso é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A previsão é que sejam 12 turmas ao todo. Em dezembro haverá mais uma turma em Brasília e outra em Fortaleza. Para o ano que vem, estão previstas mais turmas em Recife, Belém, Palmas, Porto Alegre, Curitiba, Aracaju, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nos meses de março a maio. As inscrições de cada turma serão abertas próximo ao período de realização.
Conteúdo
Os participantes terão oportunidade de aprender sobre como gerenciar projetos, construções sustentáveis, eficiência energética, eficiência no uso da água, gestão de resíduos (plano de gerenciamento), qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação dos servidores, análise do ciclo de vida e licitações sustentáveis.
O conteúdo está de acordo com os eixos temáticos do programa A3P, cuja proposta é estimular a reflexão sobre a responsabilidade socioambiental e a mudança de atitude no ambiente de trabalho. Atitudes como imprimir nos dois lados da folha, apagar a luz ao sair do ambiente, realizar compras públicas sustentáveis que priorizem critérios ambientais, dentre outras, exemplificam possíveis mudanças no ambiente de trabalho.
Atualmente, mais de 150 órgãos possuem termos de adesão assinado com a A3P e mais de 400 servidores participam da rede A3P - canal de comunicação que serve para troca de experiências dos participantes.


Terminal marítimo de Salvador será concluído em dezembro

As obras do novo terminal marítimo de passageiros do porto de Salvador (BA) estarão concluídas até dezembro, segundo informações da Companhia das Docas da Bahia (Codeba). O cronograma do projeto prevê o pleno funcionamento do local antes do início da Copa do Mundo de 2014.
“É uma obra projetada para a Copa, mas já vamos operar parcialmente em dezembro, atendendo ao setor turístico”, afirmou o presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), José Muniz Rebouças.
O primeiro piso será usado para atender ao embarque e desembarque de passageiros, em uma área de mil metros quadrados, cinco vezes maior que a do antigo terminal. "Isso já vai representar um importante ganho para o turismo receptivo”, comentou Rebouças.
Inicialmente, as obras estavam previstas para serem inauguradas no primeiro semestre deste ano, mas problemas com fornecedores dos equipamentos, além das chuvas ocorridas entre junho e agosto, atrasaram o projeto. Agora, todos os equipamentos estão com os cronogramas assegurados.
O pleno funcionamento e a inauguração do terminal vão depender ainda da licitação para a escolha do concessionário que ficará responsável pela sua operação. A Secretaria de Portos da Presidência da República trabalha na modelagem do arrendamento, que servirá como diretriz para o processo licitatório.
“Será esse arrendatário que vai dar vida ao terminal, fazendo dele um equipamento não apenas para receber turistas, mas também para atender aos soteropolitanos”, disse José Rebouças.
A expectativa do presidente da Codeba é de que a modelagem estabeleça como padrão de operação, além do turismo receptivo, atividades culturais, gastronômicas e de lazer. A obra é considerada também como um indutor do processo de revitalização do Bairro do Comércio, local com patrimônios arquitetônicos, históricos e turísticos da cidade.

Fonte:
Portal da Copa 

MEIO AMBIENTE: Reciclagem atinge apenas 8% dos municípios brasileiros

Quase todo o material reciclável coletado no País passa pelas mãos de catadores contratados pelas prefeituras

O setor de reciclagem movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mesmo assim, o País perde em torno de R$ 8 bilhões anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados aos aterros ou lixões, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente. Isso porque o serviço só está presente em 8% dos municípios brasileiros.
Noventa e nove porcento do material reciclável que vai para a indústria passa pelas mãos dos catadores - organizados e não organizados. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) surgiu em 1999 e hoje está presente em praticamente todo país.
lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. Assim, as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social. 
O alumínio é o campeão de reciclagem no País, com índice de 90%, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto valor de mercado de sua sucata, associado ao elevado gasto de energia necessário para a produção de alumínio metálico. Para o restante dos materiais, à exceção das embalagens longa vida, os índices de reciclagem variam entre 45% e 55%.


O QUE É SANEAMENTO BÁSICO ?

O conceito de saneamento tem evoluído ao longo da história, relacionado, principalmente, ao contexto político e social de cada estágio de desenvolvimento da sociedade. Originalmente, sua característica fundamenta-se na promoção de ações que busquem a melhoria das condições de saúde. Mais recentemente, com os rápidos processos de urbanização das cidades brasileiras, a noção de saneamento passa a incorporar questões que vão além dos aspectos sanitários, agregando, com maior ênfase, a dimensão ambiental, com destaque à importância das intervenções para a preservação e a conservação do meio ambiente. A partir de então fica fortalecido, também, o papel essencial do saneamento na indução do desenvolvimento sustentável e, por conseguinte, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na garantia da preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. Assim, pode-se considerar que o saneamento vincula-se diretamente a questões sociais de extrema gravidade, à reversão de quadros epidemiológicos alarmantes e à recuperação, melhoria, conservação e preservação ambiental, com impacto imediato na saúde pública, traduzindo-se em melhorias para o ambiente urbano e rural e da qualidade de vida da população. Sob essa lógica, os serviços de saneamento devem ser concebidos em articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza, de proteção ambiental, de recursos hídricos, de promoção da saúde, de educação ambiental e outras de relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida v, para as quais o saneamento básico seja fator determinante. Essa abordagem pressupõe, portanto, a estreita articulação do setor com questões ambientais, econômicas, de saúde, de educação e de desenvolvimento social.




O CURSO - OFICINAS DE CAPACITAÇÃO POLÍTICA E PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO


Durante os cincos dias do curso, na Oficina de Capacitação Política e Plano de Saneamento Básico, ministrado pela equipe da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) em Seabra, no Território da Chapada Diamantina, demonstrou sua excelência pautada nas características em formar mobilizadores sociais, sobre a temática do saneamento básico e as complexidades legais em um conjunto de procedimento adotados numa determinada região, visando proporcionar um saudável intercambio de informações futuras, entre os alunos presente das diversas Cidades do Território e possivelmente sócio- ativista entre as medidas tomada legalmente para a formação do plano municipal de saneamento e nas futuras cobranças na gestão pública, tornando possível a conscientizarão pela garantia das condições de saúde humana, evitando a proliferação e a contaminação de doenças, fazendo prevalecer-se a preservação do meio ambiente, esclarecendo como se deve unir o útil e agradável no movimento social sobre o tema e seus termos técnicos, contudo, o curso esclareceu ainda que, um dos maiores problemas nas grandes periferias brasileiras é justamente a falta de saneamento e é este um dos fatores mais importante da saúde e suas conseqüências, portanto o acesso a água potável e algumas higiene praticadas, muitas doenças podem ser evitadas eliminando os altos custos de tratamentos.  O abastecimento de água potável, drenagem das águas pluviais, o esgoto sanitário, limpeza urbana e, os manejos de resíduos sólidos são o conjunto de serviços de instalações operacionais e infra-estruturas que vão melhorar a vida da comunidade em que se vive, é importante que os governantes se preocupem na garantia do bem estar e a saúde da população, tomando medidas para educar suas comunidades nas questões de preservação ambiental. Além disso, o saneamento básico tem um fator importante na criação de emprego e renda, direta ou indiretamente pela sua capacidade no setor produtivo.
Por Salvador Martins


CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO DE SANEAMENTO NO BRASIL



No Brasil, a base do quadro legal relativo ao meio-ambiente está representada no Art. 225 da Constituição Federal, inserido no Título específico “Da Ordem Econômica”. Este artigo exerce o papel de principal norteador dos aspectos legais relativos ao meio ambiente e regula um complexo teor de direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo que deve ser preservado e mantido para as presentes e futuras gerações.
O Estado Nacional também define políticas públicas específicas para a gestão de bens ambientais, com destaque para a água. No âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), o legislador se preocupou em criar modalidades diferentes de participação social por meio de organizações civis, englobando tanto associações locais de usuários diretos de recursos hídricos, tais como pescadores ou populações ribeirinhas, quanto organizações com interesse científico, participantes do sistema, incluindo também um conceito de “organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade” , ou seja, não apenas organizações com área de atuação específica ou limitada às questões atinentes aos recursos hídricos participam do sistema. Os Comitês de Bacia – verdadeiros parlamentos da água - passam a ser fóruns importantes para a formulação e gestão moderna das políticas e ações voltadas a garantir a sustentabilidade do desenvolvimento, e especialmente do manejo sustentável e conservação dos recursos hídricos, em cotejo com a gestão ambiental .
Segundo documento do Ministério do Meio Ambiente:
O principal impacto dessa nova abordagem no Brasil, foi a de reorientar gradualmente a gestão ambiental de uma posição baseada no ‘comando e controle’, ou de exercício de poder de polícia do Estado sobre a utilização dos recursos naturais, para uma postura de gestão econômica dos recursos ambientais. (BRASIL, 2001).
Este documento evidencia a presença atual dos conceitos de governança, compreendida nos seus fundamentos legais e econômicos, em oposição ao sistema centralizador até então predominante nas políticas ambientais, ditas de comando e controle.
A nova gestão ambiental foi concebida para o estabelecimento conjunto com a sociedade de normas para a gestão dos recursos e controle de danos ao meio-ambiente, criando as bases de uma governança pública ambiental.
A gestão passou a ser o operador conceitual através do qual se confrontam os objetivos de desenvolvimento econômico e de organização territorial, bem como aqueles relacionados à conservação da natureza ou à manutenção ou recuperação da qualidade ambiental. (MACHADO, 2003, p. 24).
Os usos da água, entretanto, envolvem uma interação conflituosa entre um conjunto significativo de interesses sociais diversos.
Com a recente promulgação da Lei Federal nº 11.445, em 05 de janeiro de 2007 (LDBSN), estabeleceram-se no Brasil as diretrizes nacionais para o saneamento básico trazendo consigo novo marco regulatório para o setor. A mesma lei define o âmbito da aplicação no saneamento brasileiro da seguinte forma:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei,
Considera-se:
I – saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável;
b) esgotamento sanitário;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (BRASIL, 2007).
Os serviços de saneamento básico no Brasil, portanto,
 compreendem: o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a coleta de lixo e a drenagem de águas pluviais. Todos estes serviços são essenciais à vida digna, e a qualidade da sua gestão provoca fortes impactos na saúde da população e no meio ambiente. Sua prestação é uma obrigação do Estado brasileiro, que pode executá-la diretamente, por agentes públicos ou privados, mediante concessão ou permissão.
Historicamente, no período colonial até fins do século XVIII a economia brasileira foi condicionada à exploração intensiva de recursos naturais e às monoculturas com mão-de-obra escrava, caracterizada por sucessivos ciclos mercantis (pau-brasil, açúcar, ouro, borracha e café) e as condições institucionais de povoamento do país deram-se sempre em função da proximidade de boas fontes de água, que serviam tanto para o abastecimento da população, como para o despejo de dejetos de toda natureza. Sob o regime monárquico a saúde apresentava-se como uma questão de domínio privado, familiar, local, não havendo ações empreendidas pelo governo no sentido de proporcionar melhorias no saneamento. Já sob administração portuguesa, a partir do século XVIII, o abastecimento público de água se fazia através de chafarizes e fontes próprias. A captação e a distribuição da água eram de responsabilidade de cada vila. A remoção de dejetos e de lixo era tratada de forma individualizada pelas famílias. Com a chegada da família imperial em 1808, no Rio de Janeiro, em duas décadas a população duplicou (100.000 habitantes em 1822), aumentando as demandas por abastecimento d’água e eliminação de resíduos.
Com a implantação da Primeira República, tanto o comércio como os serviços de utilidade pública eram subordinados ao capital estrangeiro, sobretudo inglês, com concessões à iniciativa privada. Nesta época, o Rio de Janeiro foi a 5ª cidade no mundo a adotar um sistema de coleta de esgoto modernizado, concluído em 1864. As redes para abastecimento de água e esgotamento sanitário cobriam apenas os núcleos centrais urbanos e atendiam pequena parcela da população, com tal situação se prolongando até as primeiras décadas do século XX.
Ao final da 1ª Guerra Mundial, o declínio da influência estrangeira no campo das concessões de serviços públicos coincidiu com uma insatisfação generalizada acerca do atendimento e falta de investimentos para ampliação das redes públicas de saneamento básico. O problema de degradação dos corpos hídricos avançou, em relação direta com o binômio industrialização/urbanização, bem como ao processo de desenvolvimento político-econômico. A partir da década de 1950, o agravamento dos conflitos sociais com o aumento da pobreza, a deterioração da qualidade de vida, a concentração populacional e a exaustão contínua dos recursos naturais foram a tônica do setor de saneamento. (MILARÉ, 2007)
O principal marco do saneamento no Brasil aconteceu na década de 1970, com a criação do PLANASA (Plano Nacional de Saneamento) e das Companhias Estaduais de Saneamento. A crise deste modelo deu-se na década de 80, pois as fontes de financiamento esgotaram-se acompanhando as dificuldades macroeconômicas, ao mesmo tempo em que terminaram as carências dos empréstimos obtidos nos anos anteriores e aumentaram as despesas de amortizações e os encargos financeiros das dívidas no país. A ênfase anterior em construção, o uso político das companhias e o crescimento da inflação impuseram um ônus adicional sobre os custos de operação. O Banco Nacional de Habitação (BNH) responsável pelo financiamento do sistema de saneamento foi extinto em 1986, passando a Caixa Econômica Federal a assumir os antigos papéis do BNH no tocante ao financiamento do setor e a receber o Sistema Financeiro do Saneamento. Submetida às limitações orçamentárias mais severas, teve de reduzir sensivelmente a oferta de recursos.
A década de 1990 caracterizou-se pela ampliação da cobertura de saneamento, sem modificação estrutural. Em 1991, a Câmara Federal inicia os debates com a tramitação do PLC 199, o qual dispunha sobre a Política Nacional de Saneamento e seus instrumentos. Este projeto deu origem em 2007, à atual Lei do Saneamento, a Lei nº 11.445/2007.
Neste contexto de efetivação da norma brasileira relativa ao saneamento, há várias dificuldades relacionadas ao uso da água na zona urbana, geralmente comuns em outros estados nacionais: esgotamento e contaminação de fontes locais; altos custos da captação e condução da água; conflitos gerados pelos interesses de diferentes usuários; desperdícios; baixa ou nenhuma utilização do reúso de água; pouca consciência e falta de cidadania ambiental. São problemas que a gestão do saneamento deve enfrentar, no âmbito da administração pública. Faz-se necessário ressaltar que o uso da água corresponde à mobilização de uma determinada quantidade de água para um certo fim.
Atualmente a demanda de água retirada dos corpos d’água para fins de saneamento e consumo (vazão de retirada) no país é de 1.592 m³/s, sendo que cerca de 53% deste total (841 m³/s) são consumidos, não retornando às bacias hidrográficas. Deste total, 40% são destinadas à irrigação; 27% são destinados para abastecimento urbano; 17% para indústria; 13% para animal; 3% para abastecimento rural (ANA, 2007).
No tocante aos municípios brasileiros, ou seja, a menor unidade de gestão pública, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) levantou dados de todos os 5.507 municípios das 27 unidades da Federação brasileira. Segundo estes dados, para o aspecto dos serviços de saneamento relativo ao abastecimento d’água, foram considerados os municípios que tivessem rede geral de distribuição de água quando esta atendesse a pelo menos um distrito, ou parte dele independentemente da extensão da rede, números de ligações ou de economias abastecidas (PNSB, 2000). Pode ser observado que há considerável oferta de serviços de saneamento, no tocante ao abastecimento de água, mas esta realidade pode apresentar-se desigual, caso consideremos que apenas um ponto de água existente caracteriza o município como saneado, sem obediência concreta ao princípio da universalização do serviço. O IBGE também dispõe de dados que revelam a condição do saneamento no país (Quadro 1).
Esta realidade retratada pela pesquisa, dentro do contexto mundial, ainda parece razoável. Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento Humano do ano de 2006, o sofrimento pela crise mundial da água assume níveis alarmantes. O documento mostra que:
Quase 2 milhões de crianças morrem todos os anos por falta de um copo de água limpa e de um simples banheiro em suas casas. Fora dos domicílios, a disputa pela água para produção se intensifica, prejudicando os menos favorecidos das áreas rurais e o meio ambiente.
Entretanto, a principal referência deste documento diz respeito ao fato de que a crise mundial da água não é resultado apenas da escassez de água nos sistemas ambientais, mas ressalta o fato de “a pobreza, o poder e as desigualdades é que estão no âmago do problema” (PNUD, 2006). Esta afirmação se revela numa questão institucional de fundo anti-democrático e de ausência ou precariedade nas políticas públicas em várias regiões do planeta.
No país, as diferenças regionais também se impõem, dada a grande abrangência territorial. Enquanto na Região Sudeste é de 70,5% a proporção de domicílios atendidos, nas Regiões Norte e Nordeste o serviço alcança, respectivamente, apenas 44,3% e 52,9% dos domicílios. Nos 116 municípios que não contam com qualquer rede distribuidora de água, foram encontrados como principais alternativas para o abastecimento das populações a utilização de chafarizes e fontes, poços particulares e abastecimento por caminhões-pipas bem como utilização direta de cursos de água (Quadros 2 e 3). (PNSB, 2008, p. 31)
O IBGE informa que os dados obtidos nos órgãos públicos e privados, e companhias responsáveis pela prestação dos serviços de saneamento, mostram que 97,9% dos municípios oferecem água encanada, 53,2% coletam esgoto (Quadro 4), apenas 35,3% do coletado é tratado e 99,4% recolhem lixo.
REGIÕES
A situação do saneamento reflete-se nos dados relativos à saúde, uma vez que a água e os resíduos de várias naturezas são os principais meios condutores dos vetores de doenças que afetam a saúde da população, em especial, de baixa renda. (Quadro 5)
No país, portanto, com a edição de normas recentes, à exemplo da Lei nº 11.445/07, espera-se um incremento nos índices de satisfação pelo serviço de saneamento básico, uma vez que pela sistemática atual, ficou instituída a obrigatoriedade de uma governança pública na gestão de águas doces.

Fonte:www.eumed.net

O CARÁTER SOCIAL DA LINGUAGEM PROPRIAMENTE HUMANA



 A concepção histórico-social entende a linguagem como produto da atividade humana (trabalho) subordinada a uma dupla interação: a interação dos homens com a natureza e a interação dos homens entre si, nesse sentido, a linguagem não só é construída e apreendida no interior de um processo social, como ela própria se configura como tal, o trabalho consiste em uma atividade especial em que as pessoas, em cooperação, produzem tudo àquilo que necessitam para sobreviver (comer, beber, repousar, etc.).
No processo de seu trabalho em comum, da produção, os homens sentiram a necessidade de comunicar-se entre si.
Esta necessidade cria-se pouco a pouco a capacidade de se pronunciar articulado a seguir outros pensamentos motivadores, aparecem assim, a linguagem articulada, a língua, num meio de trocar um ideal, o compartilhamento no meio de comunicação entre os homens, invólucro material do pensamento, pode-se perceber que os homens produzem a linguagem e que o trabalho e a linguagem constituem práticas especificamente humanas. Ufa,vai entender  a logística e a metodologia de ensino?   kkkkkkkkk 




O ASSOATIVISMO COMO ALTERNARTIVA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL E SUSTENTABILIDADE SOCIAL


A busca de ações que vislumbrem concretizar interesse comuns capazes de promover o desenvolvimento social através das praticas associativistas vem se perpetuando ao longo dos tempos. Por isso, a compreensão do processo de transformação e consolidação das bases locais inscritas pelo associativismo como um conjunto de iniciativas para o enfrentamento das diferenças e para a promoção do desenvolvimento local, só é possível por meio de argumentações criticas sobre o significado e conceitos que retratam o tema. A idéia de associar interesses comuns a parti de iniciativas de cooperação é bastante antiga, porém, as discussões ganham consistências através da perspectiva do desenvolvimento local e social sob novas concepções e ideais, as quais emergiram da concepção de sustentabilidade. Ou seja, o conceito tradicional de desenvolvimento deu lugar ao conceito de desenvolvimento local, associado aos adjetivos “integrado e sustentável”. Os fatores responsáveis por esta mudança de paradigma são múltiplos e estão situados tanto no contexto nacional como internacional, abrangendo variáveis econômicas, culturais, políticas, sociais e ambientais, constituindo-se em exigências históricas para melhorar aparentemente a qualidade da existência humana, numa sub ilusão da melhoria de condições de vida dos indivíduos de um local, pois faz com troca de experiências e a convivência temporária entre pessoas que a mesma se constitui em oportunidades de crescimentos e desenvolvimentos.


SOCIALISMO


No final da primeira metade do século XIX, diversos movimentos contra as monarquias nacionais contaram com a participação do operariado de diferentes países. Por meio da derrubada desses regimes absolutistas, a figura do trabalhador representava as contradições e os anseios de um grupo social subordinado ao interesse daqueles que concentravam extenso poder econômico em mãos. Foi nesse período em que novas doutrinas socialistas ofereceram uma nova perspectiva sobre a sociedade capitalista e a condição do trabalhador contemporâneo.

Lançando a obra “Manifesto Comunista”, Karl Marx e Friedrich Engels inauguraram um conceito fundado na ideia de que, ao longo da História, as sociedades foram marcadas pelo conflito de classes. Dessa maneira, a sociedade industrial dividia-se em dois grupos principais: de um lado a burguesia, detentora dos meios de produção (máquinas, fábricas e terras); e do outro o proletariado, que vendia sua força de trabalho ao burguês em troca de um salário que o sustentasse.

Na perspectiva desses pensadores, a oposição de interesses dessas classes representava um tipo de antagonismo que, ao longo da trajetória das civilizações, configurou-se de diferentes formas. Essa luta de classes era originada pelas condições em que as riquezas eram distribuídas entre os homens. Essas formas de distribuição formavam a teoria do materialismo histórico que, em suma, defendia que as maneiras de pensar e agir eram determinadas pelas condições materiais de uma sociedade.

No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludente. Por meio da teoria da mais-valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam.

Mesmo assinalando todas as desigualdades e problemas do mundo capitalista, a teoria marxista propôs uma solução a essa situação injusta. Estudando as transformações da história, o marxismo percebeu uma relação dialética (transformadora) entre os homens. A partir daí, a instabilidade do mundo capitalista e a piora das condições do proletário abriu portas para o surgimento de ideias novas e contrárias à realidade vigente. Os trabalhadores tomaram consciência de sua situação e, por conseguinte, buscaram meios para que as diferenças que os afastavam da burguesia fossem de alguma forma superadas.

Segundo o marxismo, a luta dos trabalhadores deveria mover-se em direção da tomada do poder político. Assumindo as instituições políticas, a chamada ditadura do proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as classes sociais deveriam ser abolidas. Os meios de produção deveriam ficar nas mãos do Estado e toda riqueza deveria ser igualitariamente dividida.

Com isso, as distinções entre os homens perderiam o seu espaço. A propriedade privada, as classes sociais e, por fim, o Estado finalmente desapareceriam. A ditadura do proletariado não seria mais necessária, pois a sociedade comunista não veria sentido em nenhuma forma de poder instituído. Os indivíduos alcançariam a felicidade exercendo o trabalho que melhor lhe conviesse e, por ele, receberiam um salário capaz de prover o seu sustento.

Antevendo a reprodução e internacionalização de todas as mazelas do mundo capitalista, Marx defendeu a imediata união dos trabalhadores rumo ao conjunto de transformações necessárias para o início dessa revolução. Por isso, enxergou na união do proletariado o mais poderoso instrumento pelo qual, finalmente, as desigualdades do capitalismo pudessem ser superadas. É por isso que, a mais célebre frase do Manifesto Comunista profere: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”.

Com o legado científico deixado por Marx e Engels, o socialismo passou a configurar uma nova forma de enxergar a condição do homem e sua história. Por meio de suas propostas, novos movimentos e pensadores deram continuidade ao desenvolvimento de diversas teorias de influência marxista. Ainda hoje, podemos nos deparar com partidos e movimentos que lutam, cada um a seu modo, pelas ideias um dia elaboradas por esses dois teóricos.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Fonte: http://www.brasilescola.com/historiag/socialismo



terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em discurso na ONU, Dilma chama espionagem de violação de direitos humanos

A presidente Dilma Rousseff fez nesta terça-feira (24) o discurso de abertura da 68ª Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Nova York. Dilma iniciou sua fala criticando os recentes casos de espionagem cometidos pelos EUA -- que atingiram diretamente o governo brasileiro -- e disse que houve violação dos direitos humanos. Dilma afirmou ainda que a espionagem se trata de 'uma afronta' e 'uma falta de respeito' que não pode ser justificada como luta contra o terrorismo.
"Jamais pode uma soberania firmar-se sobre a soberania de outro país. Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando essa espionagem. Não se sustentam argumentos de que monitoramento destina-se a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil repudia e não dá abrigo a terroristas. Somos um país democrático. (...) Não posso deixar de defender o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania do meu País. (...) Estamos diante de um caso grave de violação de direitos humanos e liberdade de direitos civis", disse.
A presidente defendeu que a ONU regulasse as ações internacionais e pediu o estabelecimento de um marco civil que garanta efetiva proteção dos dados que trafegam na internet. Para Dilma, devem ser criadas condições para evitar que o espaço cibernético seja "instrumentalizado como arma de guerra".

"O aproveitamento do pleno potencial da internet passa, assim, por uma regulação responsável que garanta ao mesmo tempo liberdade de expressão, segurança e respeito aos direitos humanos", completou.

Desde as revelações do ex-técnico da Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden, o presidente dos EUA, Barack Obama, tenta aplacar as críticas contra as espionagens de seu governo. No Brasil, mensagens de Dilma e operações da Petrobrás teriam sido monitoradas pelos EUA.
O caso culminou com o cancelamento da visita de Estado que Dilma faria a Obama em outubro.
Em seu discurso, a presidente citou diretamente o caso brasileiro. "No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois aparecemos como alvo dessa intrusão. Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão", afirmou.
Outros temas
Dilma falou também sobre os programas de combate à miséria executados pelo governo federal e lembrou as manifestações de junho no Brasil.
"As manifestações em meu País são parte indissociável de nosso processo de construção da democracia e da mudança social. Sabemos que democracia gera desejo de mais democracia. Inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social", disse.
A presidente afirmou ainda que os resultados da conferência ambiental Rio+20, realizada no Brasil no ano passado, devem servir de eixo para a agenda de desenvolvimento mundial pós-2015. "O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir e proteger."
Segundo Dilma, o "grande passo" dado na conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SERRINHA APOSTA EM SEGMENTO COM CIRCUITO DE TURISMO RURAL

O município de Serrinha, na região nordeste, lança esta semana, em São Paulo, o circuito voltado para o segmento do turismo rural, com o objetivo de promover o turismo de base comunitária e a produção associada ao segmento. A iniciativa tem o apoio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur).
A divulgação acontece durante o maior evento nacional de turismo rural - Feira Nacional do Turismo Rural (Feiratur) –que será realizada da próxima sexta-feira a domingo (26 a 29). A previsão é que até o final do ano mais três circuitos turísticos sejam lançados no município com base nos segmentos religioso, histórico e natural.


No circuito estão previstas visitas às comunidades rurais e quilombolas do município, passeios por áreas de lazer, trilhas ecológicas, restaurantes com comida típica, haras, apresentação de uma vaquejada e a visita ao Armazém de Agricultura Familiar e Economia Solidária, que comercializa produtos como geleias, doces, biscoitos caseiros, queijos, licores e pimentas.

Os visitantes ainda poderão conferir no armazém produtos e artesanato da região do sisal, além de assistirem a um vídeo sobre Serrinha e o circuito. Depois, farão uma visita aos parques de vaquejada Maria do Carmo e Alto Sereno.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO SUDOESTE DA BAHIA SE AUTORRECONHECEM

“Sermos reconhecidos como quilombolas nos orgulha de verdade e mostra nosso valor perante a sociedade”. O trecho da poesia feita por alunos da Escola Municipal de Marí, localizada no município de Palmas do Monte Alto, no sudoeste baiano, retrata a alegria da comunidade em receber a certidão de autorreconhecimento como remanescente de quilombos.
A entrega do documento, emitido pela Fundação Cultural Palmares, foi realizada, no último final de semana, pelo coordenador do projeto Quilombolas, Antônio Fernando, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).
Cerca de 200 famílias das comunidades de Marí e Cedro, em Palmas do Monte Alto, e Lagoa do Rocha, em Lagoa Real, receberam oficialmente a certidão. De acordo com Antônio Fernando, a emissão da certidão de autorreconhecimento não representa só o reconhecimento da identidade étnica do grupo, “é a reafirmação, pelo estado brasileiro, dos direitos historicamente adquiridos por esta comunidade”.
Com muita festa, as comunidades receberam o certificado, mostrando um pouco da sua cultura para os que estavam presentes. Homens, mulheres, alguns idosos, e crianças se uniram para uma roda de samba, onde a animação foi marca registrada. Cantaram cantigas, desfilaram carregando as comidas típicas do local, com os artesanatos produzidos e com seus instrumentos de trabalho.

Herança - Para a presidente da Associação de Marí, EdileideNascimento Ramos, foi um dia muito especial para todos. “Depois de uma luta árdua conseguimos conquistar o reconhecimento da Fundação Palmares, que será importante para recebermos benefícios do governo, mas nada é mais importante que a nossa cultura, nossos costumes e essa herança que recebemos dos nossos ancestrais”.
Um dia festivo, em que os remanescentes quilombolas mostraram que, apesar de todos os preconceitos sofridos durante o processo histórico, continuarão a exigir o direito reconhecido na Constituição brasileira de ser um grupo que preserva e vivencia uma cultura própria. Edileide ressaltou o respeito e consideração que a comunidade tem pela CAR, que “nos deu todo o suporte necessário para essa conquista. Com esse grande passo, vamos batalhar agora por mais saúde, educação e qualidade de vida”.

Preconceito -  Dona Ana Rosa dos Santos, 72 anos, contou um pouco de uma das histórias do povo da comunidade de Lagoa do Rocha, em Lagoa Real, em um tempo, não muito distante, que seus pais e ela sofriam com o preconceito por serem negros.
“Eu sempre tive muita vontade de votar, mas tinha muita vergonha, pois ouvia de várias pessoas a frase ‘pra que negro votar?’. Ouvir esse tipo de coisa me doía, mas enfrentei, tirei meu título e comecei a votar, pois eu tinha esse direito”, disse Ana Rosa. Ela afirmou que até na hora da distribuição das senhas, havia a distinção, “porque os brancos era os primeiros a receber a senha e os negros ficavam para depois”.
José Pinto, 89, também enfatizou as diferenças que eram latentes na sociedade. “Nas festas, preto não dançava com branco, nem namorava, nem casava. Meu pai era branco e foi rejeitado pela família por ter se casado com minha mãe, uma negra”.
A história de dona Ana e seu José são apenas dois exemplos do sofrimento de uma parcela da população que ainda carrega consigo as marcas de uma trajetória de desigualdade racial que atravessou décadas.


Remanescentes - As comunidades quilombolas são grupos étnicos, constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o país existam mais de três mil comunidades quilombolas.
O Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Conforme o artigo 2º do Decreto 4887/2003, “consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”.

PROFISSIONAIS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS CHEGAM AO MUNICIPIO BAIANO DE ARACI

As médicas cubanas Dámara Morejón e Dania Marquez, designadas pelo programa federal Mais Médicos para os postos de saúde das localidades de Tapuio e Barreira, no município de Araci, na região do Sisal, na Bahia, chegaram à cidade na tarde desta segunda-feira (23), acompanhadas do secretário estadual da Saúde Jorge Solla e outras autoridades. De Araci, o secretário segue para Tucano, onde outros três médicos vão atuar. 
Em Araci, as médicas fizeram uma visita a um dos postos de saúde da cidade, com a mesma estrutura que vão contar para exercerem a profissão. “Os postos são bem distribuídos e estão preparados para que a gente trabalhe com eficácia. As condições para o atendimento à população já estão criadas”, disse Dania.
A comerciante Ana dos Santos, moradora de Araci, tem dois filhos e gostou quando viu as médicas chegarem para a visita ao posto de saúde. “As pessoas vão ser mais bem atendidas, porque quando a gente precisar vai encontrar os médicos à nossa disposição”.

Dedicação - Para a médica Dámara, o carinho da população já era esperado. “Sempre existe uma ansiedade, mas nós estamos preparados para enfrentar o desafio com muito amor e dedicação”, declarou. O prefeito de Araci, Antônio Carvalho disse que as duas localidades onde as médicas vão trabalhar ficam a cerca de 40 quilômetros da sede do município e reúnem cerca de dez mil moradores.
   Para ele, a chegada das duas médicas é importante para o município que não estava conseguindo profissionais para preencher as vagas. Após o almoço e a visita ao posto, as médicas participaram de uma solenidade de boas vindas na Câmara de Vereadores de Araci.

Outros municípios - Os 57 profissionais do programa federal Mais Médicos que atuarão no interior baiano foram encaminhados, nesta segunda-feira, aos municípios onde vão trabalhar. Eles partiram pela manhã, da sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo, em Salvador, após uma coletiva de imprensa concedida no auditório do órgão, pelo secretário Jorge Solla, que acompanha dois grupos, até os municípios de Araci e Tucano.
Outros dois médicos estrangeiros vão atuar em Salvador, totalizando 59 profissionais do programa disponibilizados para a Bahia, dos quais 29 já estão credenciados para atuar no Brasil, inclusive os cinco que vão atender à população de Araci e Tucano.

Registros provisórios - O secretário Jorge Solla afirmou que a Bahia é o estado que conseguiu maior número de registros provisórios já liberados para que os médicos estrangeiros comecem a trabalhar no Brasil. “Quase a totalidade das pendências está sendo saneada, e os demais registros serão concedidos o mais rápido possível”.

A secretária estadual das Relações Internacionais, Suzana Sá, destacou que os médicos estrangeiros, trazendo conhecimento e experiência, “estarão contribuindo para superar as dificuldades e carências que estamos vivendo”.

CONSÓRCIO INTERNACIONAL VENCE LÍCITAÇÃO DE PONTE PRA ILHA

O consórcio internacional formado pelas empresas Enescil (Brasil), Cowi (Dinamarca) e Maia Melo (Brasil) deve elaborar o projeto básico de engenharia para construção da ponte Salvador-Itaparica. O resultado da licitação foi publicado no Diário Oficial da Bahia nesta terça-feira, 30.
O grupo ficará responsável pela implantação dos acessos aos sistemas viários e a reconfiguração da BA-001, no trecho situado na Ilha. A seleção levou em conta as modalidades técnica e preço. A nota do consórcio ficou em 9,68 e o valor em R$ 22,5 milhões.
O segundo colocado foi o consórcio "Ponte Baía de Todos-os-Santos", formado pelas empresas Concremat Engenharia, Hardesty & Hanover e Roughan & O'Donovan, com nota final de 9,6 e valor R$ 26,5 milhões. O prazo para entrar com recurso é de até cinco dias úteis. A seleção foi realizada pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Seinfra), da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).
A expectativa é que a ordem de serviço seja autorizada nos próximos 30 dias. O consórcio deverá apresentar estudos em até oito meses, realizar estudos de alternativas para a ponte e a rodovia dentro da ilha, anteprojeto de engenharia, relatório que subsidiará o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), orçamento do investimento na ponte e reconfiguração da BA 001, além dos projetos básicos das alternativas selecionadas.
O custo total do empreendimento está avaliado em cerca de R$ 7 bilhões, mas, segundo a Seplan, atualmente está sendo revisto. Entre os motivos, estão a redução da taxa de juros e o aprofundamento dos estudos. Mais informações no site www.pontesalvadorilhadeitaparica.ba.gov.br.
Fonte: Jornal A Tarde,da Redação


LUIZ CALDAS ENCERRA FESTIVAL DA PRIMAVERA

O pôr do sol do Rio Vermelho teve como trilha sonora, neste domingo, 22, à tarde, os acordes da guitarra de Luiz Caldas. O cantor encerrou o Festival da Primavera que começou  sábado à tarde e abriu o Calendário Oficial de Eventos da Cidade.
Animado, o público dançou e cantou  hits de carnavais de décadas passadas, como Tieta e Que é Que Essa Nega Quer. Conhecido como point da juventude alternativa, o largo de Santana  foi ocupado sobretudo por um público mais adulto.
"Soube que já havia shows no sábado, mas vim hoje só para ver Luiz Caldas, que é da minha geração", contou Evenilson Mendes, de 43 anos.
Frequentadora do bairro, Zélia Aquino, 56,  elogiou a iniciativa. "Foi uma ótima ideia  este evento cultural, e o som de Luiz Caldas, ideal para encerrá-lo", opinou.
O festival também atraiu pessoas de outras localidades, inclusive comerciantes. A artesã Marli Santos saiu de Itapuã para vender  chinelos de tecido no Rio Vermelho: "Meu bairro não conta com eventos culturais ou outros espaços para artesanato. Quando soube deste, vi que era uma oportunidade".
Atividades educativas
A programação do último dia de festival começou cedo, às 8h, com atividades educativas para adultos e crianças
A  chuva fina não desanimou moradores e vizinhos do bairro, que iniciaram o domingo assistindo à apresentação de alunos de colégios  estaduais e municipais, na  praça Pôr do Sol, ao lado da Igreja de Santana.
Com roupas confeccionadas com materiais recicláveis, as crianças apresentaram números musicais que remetiam à primavera e mostraram  habilidades em ginástica artística e percussão.
Ao redor, barracas com brinquedos,  artesanato, livros de cordel e lanches chamavam a atenção de jovens e adultos, que  conferiam os produtos enquanto assistiam à roda  de capoeira comandada pelo mestre Pica Pau.
Para a dona de casa Valdésia Viana, 33,  foi uma oportunidade de proporcionar aos dois filhos  diversão ao ar livre. "São raros os momentos em que eles brincam na praça. No dia a dia, as ruas são muito movimentadas. Agora, não há trânsito", afirmou.
Divididas entre atividades educativas e o parquinho da praça, as crianças aproveitavam o  momento de tranquilidade para correr entre as  ruas da Paciência e Guedes Cabral. "É muito divertido poder correr e brincar perto da praia. Aqui nem parece o mesmo lugar que passo todos os dias de carro", observou Maria Luiza, 8.
A programação da manhã foi encerrada com o grupo musical Canela Fina, que subiu ao palco por volta de 11h e animou os pequenos com arranjos variados e letras educativas.


Fonte: Jornal A Tarde, Joana Oliveira e Luana Almeida