Londres, 20 set
(EFE).- Centenas de menores no mundo todo são chantageados por supostos
pedófilos que os perseguem até o ponto da autolesão e inclusive do suicídio,
segundo denunciou nesta sexta-feira o centro britânico contra a exploração
infantil e para a proteção na internet (Ceop, na sigla em inglês).
O Ceop explica que
crianças a partir de oito anos são contatados por pessoas sob identidade falsa
que, após ganhar sua confiança, as obrigam a realizar atos sexuais pela webcam
e também a se machucarem.
Esta organização,
associada à Polícia britânica, realizou 12 investigações nos últimos dois anos
nas quais 424 crianças no mundo todo tinham sido vítima de chantagens por parte
de redes de pedofilia ou delinquência.
Desses 424 menores
identificados, 184 eram do Reino Unido, informou a Ceop.
Os delinquentes se
tornam 'amigos' de suas vítimas, com as quais costumam compartilhar
intimidades, e depois as ameaçam de divulgar suas conversas ou gravações se
elas não aceitarem realizar seus pedidos sexuais.
Em alguns casos, os
perseguidores podem pedir dinheiro em troca de não divulgar a informação à
família e aos amigos.
Em nível
internacional, sete dos menores identificados nas investigações se suicidaram,
incluído Daniel Perry, um escocês de 17 anos que se matou no dia 15 de julho,
após ser atraído por alguém que se se fez passar por uma menina americana.
A diretora de
operações do Ceop, Stéphanie McCourt, assinalou que as crianças britânicas
parecem ser um alvo de destaque destas redes, em parte devido ao idioma, pois
'o inglês é uma língua universal'.
'Em segundo lugar, os
delinquentes admitiram que pensam que pode ser mais fácil ter acesso às crianças
britânicas ao perceber esta sociedade como muito aberta e liberal', acrescenta.
A partir das 12
investigações, o Ceop propiciou várias detenções em quatro continentes, e em
quatro das operações os infratores eram do Reino Unido.
A maior investigação,
chamada Operação K, afetou 322 crianças que estavam sendo chantageadas no mundo
todo, 96 delas na Grã-Bretanha.
As vítimas, em geral
meninos de entre 11 e 15 anos, eram perseguidos neste caso por um grupo de
pessoas não europeias que foi capturada e que serão julgadas nas próximas
semanas.
Estes perseguidores
utilizavam até 40 perfis de identidade falsos e outros tantos endereços de
e-mail para atrair suas vítimas.
A rede foi descoberta
depois que uma rede social percebeu que havia atividade suspeita.
'Os infratores tem a
falsa impressão de que podem se esconder atrás da internet, que podem se
beneficiar do anonimato que acreditam a rede proporciona, mas isso não estão
certo', assinalou McCourt, advertindo que, com cada movimento do mouse, a
Polícia está mais perto.
Fonte:Copyright (c) Agencia EFE, S.A. 2010,
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