A juíza Ana Helena Valle, da 2ª Vara Criminal de São João de
Meriti, na Baixada Fluminense, condenou o pastor evangélico Marcos Pereira da
Silva a 15 anos de prisão pelo crime de estupro contra uma seguidora da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), presidida pelo religioso. De acordo
com a denúncia do Ministério Público do Rio, o crime foi cometido no final de
2006, nas dependências da igreja. A defesa de Marcos Pereira vai recorrer da
condenação. "As testemunhas ouvidas relatam com firmeza como o acusado
é uma pessoa manipuladora, fria, só pensa em si, utilizando-se das pessoas para
satisfazer seus instintos mais primitivos e de forma promíscua, utiliza da
boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e por tudo que dos autos
consta, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Marcos Pereira da
Silva, como incurso nas penas dos art. 214 c/c art. 226, II, ambos do Código
Penal", escreveu a magistrada na sentença.
O
religioso está preso desde 7 de maio deste ano. Marcos Pereira teve dois
mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª e 2ª varas criminais de São
João de Meriti, após duas fiéis de sua igreja dizerem que haviam sido
estupradas por ele em depoimento na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) da
Polícia Civil do Rio. O processo na 1ª Vara Criminal continua tramitando. A
polícia ainda investiga o suposto envolvimento do pastor em quatro homicídios,
além de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
O
advogado Marcelo Patrício, que defende o religioso, classificou de
"absurda" a sentença. "Meu cliente foi condenado apenas com base
em depoimentos da vítima, que são totalmente contraditórios. Não há nenhuma
prova. Além da condenação ser injusta, a pena aplicada é desproporcional. Como
ele não tem antecedentes criminais, deveria ter sido condenado à pena mínima.
Vamos recorrer", afirmou o advogado.
Marcos
Pereira ganhou notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a
rebeliões em presídios. Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que
se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o
tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior
acusou publicamente o pastor de ter ordenado os ataques realizados por
traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações
e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela
Justiça. Recentemente, Júnior acusou o religioso de estar por trás dos
atentados às bases do AfroReggae nos complexos do Alemão e da Penha, na zona
norte do Rio.
Pastor
Preso. Policiais da 34ª Delegacia de Polícia (Bangu) prenderam, nesta
quarta-feira (11), o pastor Reinaldo Correia Caetano, de 52 anos. Ele é acusado
de ter estuprado uma jovem de 14 anos, fiel de uma igreja evangélica na Favela
da Carobinha, em Bangu, na zona oeste do Rio. O religioso foi localizado no
município de Cabo Frio, na Região dos Lagos. Contra Caetano foi cumprido
mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça. Ele já tinha passagem pela
polícia por estelionato.
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