terça-feira, 28 de abril de 2015

FÓRUM PENSANDO EM LENÇÓIS 2030 ENTRA NA BRIGA PARA IMPLANTAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL



Dos 24 municípios que integram o chamado Território de Identidade da Chapada Diamantina, embora não esteja no mapa territorial, é o município de Itaberaba, registrado no Território Piemonte da Diamantina, e que encabeça a mobilização pela implantação da Universidade Federal da Chapada Diamantina (UFCD). Mas, apesar do projeto ter sido aprovado pela Câmara Federal em março de 2003, a instalação da UFCD ainda não foi votada pelo Senado. Se quiser realmente a implantação da unidade federal de ensino, o município de Itaberaba precisa se mobilizar para assegurar que o projeto do governo federal seja implantado na cidade. Isso porque o Fórum Pensando em Lençóis 2030, que tem o produtor rural Jânio Azevedo como um dos seus idealizadores, está entrando para valer na disputa pela implantação da UFCD em Lençóis.

“O Território prepara uma campanha para destravar o processo e já nomeou comissões acadêmica, de comunicação, mobilização social e de articulação política. Lençóis é citada na diretriz de elaboração do projeto acadêmico como sendo um chamariz, já que é um dos municípios mais conhecidos da Bahia. No entanto, nossa cidade não é representada por nenhum dos 25 profissionais que integram as três comissões do Território”, salienta o produtor rural em texto publicado na página do Fórum, nas redes sociais.
Ainda de acordo com Jânio Azevedo, essa situação de disputa política entre Itaberaba e Lençóis pode ser desfavorável para a cidade histórica da Chapada Diamantina e pede o apoio do poder público e da sociedade local para entrar na briga. “Uma situação preocupante, já que existe o reconhecimento dos próprios responsáveis pela mobilização de que haverá uma disputa política entre os municípios pela instalação de campi universitários. Ou a sociedade e o poder público de Lençóis se mobilizam para brigar pela sua fatia no bolo, ou estão fadados a verem a UFCD ser mais uma instituição pública federal a migrar para Seabra, Mucugê e demais circunvizinhos”, declara Jânio Azevedo, na publicação.

 

RANCHO DO GARIMPEIRO É REVITALIZADO E REABERTO NA CIDADE DE LENÇÓIS



Após passar por um projeto de revitalização, o Rancho do Garimpeiro teve sua reabertura no ultimo sábado (25), no município de Lençóis, Chapada Diamantina. O espaço é dedicado à preservação da memória de Seu Cori (ex-garimpeiro) e do Garimpo de Serra (atividade artesanal que foi muito difundida na região) e conta com novidades em suas instalações, que serão apresentadas em momento de festa, com participação especial do fundador e demais atrações.
Considerado um museu vivo do garimpo, o local apresenta aos visitantes quais eram as ferramentas, as roupas e a moradia específica desses trabalhadores, além da réplica dos locais construídos exclusivamente para a busca das pedras preciosas. “Deixar de trabalhar quando eu ainda tinha forças para isso, foi um momento de muita tristeza em minha vida. Desorientado, resolvi brincar de garimpo para não esquecer a minha história e mostrar para o povo como se trabalhava e pegava diamante. Assim, aos 77 anos, criei um garimpo artificial; igual como era na montanha”, conta Seu Cori.
Desde a sua criação, em 2003, o Rancho do Garimpeiro foi visitado por milhares de pessoas e reconhecido pela sua importância na valorização da identidade cultural regional. Por isso, o projeto de revitalização se dedicou a restaurar as instalações; registrar; digitalizar; divulgar e publicar o acervo e as incontáveis histórias do mestre do garimpo – como Seu Cori também é conhecido.


A audição com as narrações do velho garimpeiro é uma das novidades que será apresentada. Durante os nove anos de funcionamento, ele sempre foi o responsável por receber os visitantes e simular a busca pelo diamante, porém, aos 87 anos, por motivos de saúde, ele não está mais atuando. “Seu Cori é a alma do rancho, não teria sentido manter o espaço e não ouvir seus cantos e contos”, destaca a realizadora do projeto, Monique Ferrari. Até o final do mês, será colocado no ar um site com todo o conteúdo do projeto.
Sobre a revitalização
O projeto de Revitalização do Rancho do Garimpeiro foi contemplado pelo Edital 24/2012, Culturas Populares, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e contou, também, com o apoio do Restaurante O Bode e do Hotel de Lençóis. “O objetivo foi valorizar a ação de Seu Cori e promover a expressão cultural dos garimpeiros que, desde a proibição da atividade na região, em 1996, estão sujeitos à discriminação e à marginalização”, destaca Monique. Para ela, “o projeto pretende ainda enriquecer a experiência do visitante, criando um vínculo afetivo com a memória, a estética e a expressão do garimpo, que são a história da própria cidade e de seus habitantes”.

O PROJETO “SEMEADO ÁGUAS NO PARAGUAÇU” REALIZA OFICINA DE COLETA DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS M IBICOARA

Entre os dias 27 e 30 de abril, o Projeto Semeando Águas no Paraguaçu realizará a oficina de coleta de sementes e produção de mudas florestais nativas, no município de Ibicoara, na Chapada Diamantina. Foram ofertadas 30 vagas para pessoas de 16 municípios da região do Alto Paraguaçu. Voltada para pessoas que já trabalham em viveiros de mudas, coletas de sementes e produção de mudas, a oficina irá promover a capacitação técnica aos interessados em aperfeiçoar e continuar seu trabalho na área. A seleção dos participantes será feita de modo a garantir a representação de todos os municípios do Alto Paraguaçu: Barra da Estiva, Ibicoara, Mucugê, Palmeiras, Andaraí, Lençóis, Piatã, Seabra, Boninal, Iraquara, Souto Soares, Mulungu do Morro, Utinga, Bonito, Wagner e Morro do Chapéu. Para os selecionados, o projeto Semeando Águas no Paraguaçu custeará as despesas de translado, hospedagem e alimentação.
Palestrante
A oficina será ministrada por Gustavo Wyse Abaurre, gerente geral da empresa GWA Empreendimentos Florestais LTDA ME. Abaurre é engenheiro florestal, mestre em Ciências Ambientais e Florestais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e trabalha há sete anos com produção de mudas, além de ser especialista em produção de espécies florestais nativas da mata atlântica. O curso já foi ministrado para mais de 700 pessoas em 31 edições.


Semeando Águas no Paraguaçu
A oficina de coleta de sementes e produção de mudas florestais nativas é uma iniciativa do projeto Semeando Águas no Paraguaçu, promovido pela Conservação Internacional (CI-Brasil) em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), e conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Dentre os objetivos do projeto estão a recuperação ambiental da bacia do Rio Paraguaçu, mobilizar os atores sociais na conservação, educação ambiental, adequação de propriedades rurais e restauração ecológica de matas ciliares e nascentes.