A cidade oferece passeios culturais,
históricos e roteiros de aventura para todas as idades, ideal,
principalmente para famílias e casais, Mucugê não possui, por exemplo, o estilo
cosmopolita de Lençóis, portal de entrada da região. O clima é outro, a
atmosfera é típica do interior: a temperatura é amena; o casario colonial é
delicado e preservado; as ruas são arborizadas; as praças são floridas e poucos
turistas circulam pelas ruas. Tombada como Patrimônio Histórico Nacional, ela
está localizada mais ao centro do Parque Nacional da Chapada Diamantina e
proporciona um turismo tranquilo e aconchegante.
Circundada
por montanhas, a cidade revela um grande patrimônio natural, sendo mais da
metade do seu território coberto pelo Parque Nacional, onde são encontradas
inúmeras cachoeiras, rios e uma rica fauna e flora; berço de espécies vegetais
endêmicas, como o fruto Mucugê, que dá o seu nome, e uma única espécie de flor,
a Sempre Viva de Mucugê.
Das
cidades que compõem o circuito turístico da região, é lá onde o turista pode
fazer uma imersão na história e cultura local, nada mais natural, já que foi o
lugar da descoberta dos primeiros diamantes da Chapada Diamantina, em 1844.
Momento em que se inicia o Ciclo Diamantífero, uma corrida desenfreada pela
pedra preciosa, com um passado cheio de aventuras, batalhas e coronéis, que perdurou
por mais de um século.
Para
conferir mais detalhes dessa história, reserve um dia somente para isso. Fique
tranquilo que na Chapada até os roteiros culturais são permeados por banho de
rio e cachoeira. O Parque Sempre Viva é o principal atrativo municipal e,
seguramente, o mais completo. Localizado a 4 km da cidade, lá você irá
encontrar muita informação sobre a região, através de uma apresentação
panorâmica e elucidativa feita por guias nativos – a contratação exclusiva de
mão de obra do município faz arte da política do parque. Apesar do foco na
preservação e educação ambiental, ele resguarda um acervo com registros
históricos importantes.
Somado
a isso, para entender um pouco como viviam os protagonistas dessa história, foi
reconstituída uma toca de garimpeiro com todos os aparatos que eram utilizados
por eles, desde os instrumentos de trabalho, até a singela cama de palha onde
passavam à noite durante os retiros na mata.
Conhecimento e diversão
Além
da viagem pelo tempo, você também terá acesso a alguns conhecimentos botânicos,
já que foi fundada, em 1996, para proteger de extinção a espécie nativa de
sempre viva. Estão expostos buquês com mais de trinta anos de existência, com
flores que ainda abrem e fecham de acordo com o clima, e no laboratório de
pesquisas também estão disponíveis diversas espécies da planta.
Depois
do mergulho teórico, é hora de partir para a prática. Em poucos minutos, dentro
da área do parque, percorra uma trilha, acessível para idosos e crianças, até a
cachoeira da Piabinha e, mais um pouquinho, até o Rio Tiburtino, que possui uma
pequena queda d´água e proporciona um delicioso poço para banho onde, de
quebra, você ainda tem a possibilidade de sentir aquele friozinho na barriga ao
saltar de tirolesa.
Finalizado
o momento de relaxamento, continue o passeio cultural no Museu Vivo do Garimpo,
localizado a poucos minutos do parque. Sediado em uma casa de pedra com um
jardim de plantas nativas na frente, ele apresenta mais detalhes sobre o
universo da extração do diamante, como o maquinário utilizado antigamente para
lapidar a pedra e transformá-la em almejados brilhantes e uma réplica do
maior diamante encontrado no mundo.
À
noite, a gastronomia é o principal atrativo, sobretudo se a escolha for o Point
da Chapada, com cardápio composto por pizzas, carnes ou massas. Certamente,
você não irá se arrepender se pedir um filé ao molho madeira com champignon.
Mucugê não possui vida noturna, se der sorte, pode encontrar um restaurante com
voz e violão. Mas se isso não ocorrer, aproveite a pousada para descansar e
recarregar as energias para o dia seguinte.
Se
estiver dentro do orçamento, a melhor opção é a Pousada Mucugê. Erguida em um
casarão colonial, ela oferece acomodações confortáveis, um excelente café da
manhã e piscina.
Natureza e aventura
No
segundo dia de visita é hora de mudar as prioridades e colocar a natureza e a
aventura em primeiro plano. A ideia é começar o roteiro com um passeio de
caiaque pelo Rio Negro, a poucos metros da cidade. As águas calmas permitem que
o passeio seja feito por pessoas de todas as idades, é necessário apenas estar
disposto a remar bastante, pois o percurso completo é feito geralmente em torno
de três horas, com paradas para contemplar a paisagem e, no ponto final,
aproveitar para ver algumas pinturas rupestres.
Durante
todo o trajeto, além do prazer de deslizar pelas águas, você irá conferir um
visual deslumbrante e remar em direção ao Monte Azul, um dos principais ícones
naturais de Mucugê, com 1.596 metros de altitude. Lembre-se de levar água,
chapéu e protetor solar. Se quiser levar um lanchinho, vale a pena, você ficará
com o estômago roncando.
E,
por falar em fome, a próxima parada será para o almoço. A cidade oferece
algumas opções de restaurantes, sendo a maioria de comida caseira, como o
Restaurante da Dona Nena, local ideal para provar deliciosos pratos da comida
regional, que são servidos no próprio forno à lenha.
Na
parte da tarde, dedique-se ao city tour e conheça os principais pontos da
cidade, com destaque para o inusitado cemitério Santa Izabel de estilo
bizantino, o único do Brasil. Ele fica localizado no sopé de um dos morros que
contornam a cidade e suas jazidas são todas pintadas de branco, sendo algumas
datadas do século XIX.
E
não pense que o seu dia acabará no cemitério, existe uma forma muito mais
agradável de fazer isso. No final da tarde procure o Piriquita Café para
degustar um bolo ou torta, pois, além das delícias, o lugar é super
aconchegante e apresenta uma decoração caprichosa. Na saída, aproveite e passe
no pequeno Museu Municipal para conferir relíquias da alta sociedade do Ciclo
do Diamante e a capa do Jornal O Sertão de maio de 1931, que lamenta o
assassinato de Horácio de Matos, o coronel mais combativo do sertão nordestino.
Não deixe de conversar com a Tia Valdelice, que é a guardiã do acervo e está
dedicada ao ofício desde a fundação do espaço, há quase 20 anos. Ela apresenta
memórias do local que vão além das peças expostas, tanto é que foi apelidada
pelos moradores de “Museu”.
Melhor época para conhecer
O
clima semiárido da região permite que você viaje em qualquer época do ano, não
existindo diferenças gritantes entre as estações. Durante o feriado da Semana
Santa, é possível aproveitar o Festival de Chorinho de Mucugê e, entre os meses
de agosto a setembro, curtir o Festival Vozes na Chapada, quando a cidade fica
tomada por corais de todo país.
Fonte:
www.guiachapadadiamantina.com.br/noticias-
fotos de Thais de Albuquerque
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