Na discussão foi reconhecido que as mulheres ganharam espaço na sociedade, mas na politica de modo especial a quantidade ainda é pouca.
Prefeitas
e vereadoras do interior da Bahia passaram toda manhã desta quinta-feira (28),
reunidas no Plenarinho da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da
Bahia, em Salvador, discutindo o tema “Mulheres no Poder Fazendo a Diferença”.
Este segundo Seminário Estadual foi uma iniciativa da Deputada Neusa Cadore
(PT), presidenta da Comissão da Mulher e, em sua opinião, a participação
feminina nos espaços de poder e decisão ainda é um grande desafio na sociedade
em razão do sistema patriarcal, porém é uma condição fundamental para a
consolidação da democracia.
Neuza
disse também que se faz urgente a Reforma Política e o apoio dos partidos na
promoção igualitária da mulher nos seus processos decisórios. Ela considerou o
evento muito importante, pois foi um momento de formação, troca de experiências
e fortalecimento da participação das mulheres na política.
Ao
CN, a parlamentar lembrou que o Brasil ocupa o 121º lugar entre 189 países na
proporção de mulheres membros de parlamentos e de acordo com dados do Portal
Brasil, nas eleições de 2010 as mulheres ficaram com 12,9% das cadeiras nas
Assembleias Legislativa, com 8,5% das vagas na Câmara dos Deputados, com 9,8%
no Senado e 7,4 dos governadores. “Na Assembleia Legislativa da Bahia, dos 64
parlamentares, apenas 10 são mulheres”, concluiu Cadore.
O
encontro foi apoiado pela Secretaria de Políticas Públicas das Mulheres
(SPM-BA), o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/ UFBA) e
a União dos Municípios da Bahia (UPB).
Durante
duas horas as participantes focaram as discussões em dois eixos, ou seja, a
reforma política e as políticas públicas para as mulheres e contou com a
presença de Ângela Maria Freitas, representante da Secretaria Nacional de
Políticas para as Mulheres e Vera Lúcia Barbosa, Secretária de Políticas
para as Mulheres – Bahia.
Lúcia
Barbosa é a primeira secretária de Políticas as Mulheres da Bahia, conhecida
como Lucinha do MST, falou da necessidade de ampliar o espaço de debate para
que as mulheres participem da política. Ela aproveitou a oportunidade para
defender a criação de mais delegacias especializadas, assunto levado ao
governador e recebeu dele todo apoio, “mas, além do convencimento das cabeças,
também tem a questão do bolso”, falou Lucinha.
A
secretária falou ao CN sobre a difícil tarefa de criar políticas públicas para
combater a violência contra a mulher, a feminização da pobreza, garantir ações
que fortaleçam a autonomia econômica das mesmas e qualificá-las para encararem
um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Ainda em seu discurso, a
secretária Lucinha reafirmou que “enfrentamos, em nosso país, a opinião de que
a violência contra as mulheres é um fator cultural”.
A
representante da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, Ângela
Maria Freitas, pautou seu pronunciamento na pesquisa Ibope/Patrícia Galvão,
onde mostrou que 71% dos entrevistados considerou a reforma política muito
importante para garantir 50% de mulheres e 50% de homens nas listas de
candidatos dos partidos. Os resultados da pesquisa serão encaminhados aos
parlamentares, secretarias responsáveis por políticas para as mulheres nos três
níveis de poder e movimento social de mulheres. Foram realizadas 2.002
entrevistas em 143 municípios de todas as regiões do país, nas quais foram ouvidos
brasileiros maiores de 16 anos
Cláudia
de Faria Barbosa, representante da União dos Municípios da Bahia (UPB), falou
sobre a Pesquisa realizada pelo Ibope e o Instituto Patrícia Galvão que indica
71% dos brasileiros consideram muito importante alterar a legislação eleitoral
do país para garantir metade de mulheres nas listas de candidaturas
apresentadas pelos partidos. O estudo apontou ainda que 78% da população
defendem a obrigatoriedade de divisão meio a meio das listas partidárias e 73%
aprovam punições às legendas que não apresentarem paridade entre os dois sexos
nas suas candidaturas.
Deputada
Luiza Maia (PT) destacou a importância da reforma política e da importância das
mulheres estarem organizadas para vencer todos os obstáculos e concretizar as
reivindicações. A parlamentar foi autora do projeto de lei que proibiu o poder
público de contratar bandas cujas letras possam ser ofensivas às mulheres.
“A
legislação brasileira atual reserva apenas 30% das candidaturas e 10% do tempo
de propaganda eleitoral para cotas de sexo, mas poucas sabem disse” externou a
parlamentar. Ela finalizou lembrando que o sistema atual prejudica
particularmente as mulheres e não estão nas estruturas partidárias e também não
têm acesso adequadamente ao tempo de televisão, aos recursos financeiros, à
rede de capital político desse partido de um modo geral, o sistema eleitoral
brasileiro é muito ruim para garantir um avanço das mulheres na vida política
brasileira.
A
deputada Fátima Nunes (PT) focou sua fala no empoderamento das mulheres e
promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais, inclusive na
politica. Fátima citou o exemplo Agenilda Elias de Jesus (PSD), atual
vice-prefeita de Adustina, que aparecia bem na pesquisa eleitoral, mas teve que
ceder o nome para compor a chapa e foi importante no resultado eleitoral. Ela
convocou as mulheres para entra na politica e fazer o debate entre os homens
para que eles entendam a importância das mulheres nesta luta.
O evento contou com a presença de dez municípios.
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