Uma
comitiva brumadense esteve na cidade de Abaíra no dia 21 de novembro para
debater os impactos ambientais oriundos da possível construção da barragem do
agronegócio na nascente do Rio das Contas, em Piatã. Na última segunda-feira
(25), um relatório da audiência foi apresentado pelo presidente do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Gilberto Lima Dias, o
Giba, e pelo professor e sociólogo José Walter Pires durante a sessão da Câmara
de Vereadores. Ambos não estão otimistas com as perspectivas caso a barragem
seja construída. Para Giba, a obra irá baixar drasticamente o volume de água do
Rio das Contas. “Já mataram o Rio do Antônio com a construção da Barragem do
Truvisco e agora querem matar o Rio das Contas. Os idealizadores da barragem do
agronegócio só apontam o bônus, mas não mostram o ônus”, declarou o presidente
do CMDRS. Giba destacou ainda que o governador Jaques Wagner (PT) está sendo
insensível com o sertanejo, visando apenas o lucro financeiro. “Nossa
preocupação é que as secretarias de defesa do meio ambiente estão dominadas e o
governador já declarou que concorda com o investimento. Estamos aqui para somar
forças com a Casa Legislativa a fim de lutarmos contra esse empreendimento que
ameaça o abastecimento futuro da nossa região. O governador decretou a morte do
Rio das Contas com a aprovação dessa barragem”, reforçou o conselheiro.
Para
o professor José Walter, a construção da barragem é um retrocesso para o
desenvolvimento regional. “Se o município não empenhar, a coisa vai ficar
inviável para qualquer projeto de desenvolvimento. A barragem de Cristalândia
abastece Brumado e Malhada de Pedras, com projeto para abastecimento da cidade
de Tanhaçu, ou seja, se tornou uma barragem para a região. E o Rio das Contas
tem como fonte apenas sua nascente. O problema pode até não nos afetar agora,
mas as nossas gerações futuras poderão padecer por conta dessa barragem do
agronegócio”, afirmou Pires. Assim como o conselheiro, o sociólogo fez críticas
ao posicionamento do governador. “Ele está saindo e deixando uma bomba para nós
e para seu sucessor. Wagner passou por aqui e disse que não tinha conhecimento
da dimensão do sofrimento do sertanejo com a seca e agora sai do governo
deixando esse triste legado”, concluiu José Walter.
Fonte:
http://www.brumadonoticias.com.br/
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