A Anistia Internacional vai
denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU) a morte e o sumiço de jovens na
Bahia. A entidade foi procurada na quinta-feira, 4, por um grupo de pais que
tiveram os filhos mortos ou sequestrados, com relatos de participação policial
e de imobilismo nos inquéritos que, em muitos casos, permanecem inconclusivos.
De acordo com a Agência Brasil, o assessor de Direitos Humanos da Anistia
Internacional, Alexandre Ciconello, ouviu o relato de cinco mães e um pai
desses jovens, que ainda aguardam uma resposta mais clara do Estado. "Nós
continuamos a ver jovens negros sendo assassinados, sequestrados ou
desaparecidos, sem nenhum tipo de justiça para esses parentes. Há o caso do
Davi Fiúza, que desapareceu há 40 dias, depois de uma abordagem da polícia, na
qual há testemunhas de que ele foi sequestrado e colocado amarrado em um carro.
Outras mães aqui tiveram os filhos assassinados ou desaparecidos, sem nenhum
tipo de resposta efetiva do Estado", apontou Ciconello, que acrescentou
que um grupo de trabalho nas Nações Unidas sobre desaparecidos que já procurou
a ONG para ter informações formais sobre o caso de Davi Fiúza. “A gente está
falando com a mãe do Davi e vamos levar esse caso para o grupo de trabalho da
ONU. Em alguns casos, quando não há uma solução, também podemos apresentar à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos [da OEA], e a ideia é esta”, diz.
Na avaliação da entidade, “há uma dificuldade da corporação, da Secretaria de
Segurança Pública, em agir nesses casos, principalmente quando há envolvimento
de policiais”. “Temos muitos relatos de grupos de extermínio. Os mecanismos de
controle da atividade policial na Bahia são muito frágeis. A corregedoria
acabou de arquivar o caso do Davi, com testemunhas dizendo que ele foi abordado
pela Polícia Militar. É preciso haver mudanças estruturais nas duas
polícias", observa. Fonte: Agencia Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário