Todas
as obras selecionadas foram produzidas a partir do trabalho de campo de pesquisa
antropológica desenvolvida pelo artista Jean Pierre Pierote | FOTO:
Divulgação/Jean Pierre Pierote |
O
antropólogo e artista visual Jean Pierre Pierote retorna às suas raízes e
apresenta no mês de janeiro de 2014 sua exposição individual Tangência. A exposição
itinerante faz parte do Projeto Tangência, contemplado pelo Calendário das
Artes da Fundação Cultural da Bahia, e passará por Marcolino Moura, Barra do
Brumado e Rio de Contas, localidades da Chapada Diamantina que inspiraram Jean
Pierre em seu trabalho. A entrada para os eventos é gratuita e será uma
oportunidade para o artista e pesquisador conversar com a comunidade local e
devolver através da arte parte do seu trabalho etnográfico.
O tema abordado na
exposição busca explorar as manifestações culturais performadas pelos moradores
dessas localidades. Serão exibidas seis fotografias (60 x 90 cm) impressas em
placas de PS. Essas imagens foram reimpressas em papel fotográfico nas mesmas
dimensões, recebendo posteriormente intervenções de tinta acrílica, hipoclorito
de sódio e desenho. De acordo com Jean Pierre, as intervenções realizadas por
ele nas fotografias propõem o rompimento da barreira entre o real e o
imaginário. Todas as obras selecionadas foram produzidas a partir do trabalho
de campo de pesquisa antropológica desenvolvida pelo artista durante os meses
de janeiro e fevereiro de 2013 em Rio de Contas e seus arredores. A pesquisa é
vinculada ao Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade
Federal de Goiás (UFG) e ao Núcleo de Estudos de Antropologia, Patrimônio,
Memória e Expressões Museais (NEAP).
Jean
Pierre explica que as performances carnavalescas dos “Mascarados”, encenadas na
cidade antes e durante o mês de fevereiro, fazem parte da proposta do ensaio
“Tangência” e se relacionam com a Encomendação das Almas, manifestação
realizada pelos moradores da comunidade Quilombola Barra do Brumado, povoado
que pertence ao município. “As representações feitas pelas performances
culturais, como o profano e o sagrado, a celebração da carne a penitência,
alegria e sofrimento, são tratadas dentro da proposta do ensaio “Tangência” não
como divergentes, mas como tangíveis entre si”, conta o artista.“Os moradores e
artistas locais que fazem a performance estão cobertos por máscaras, fantasias,
lençóis, ou seja, por outras identidades, símbolos e deslocamentos
hermenêuticos”.
Arte, cultura e memória
O artista conta que as representações dualistas presentes na estrutura social da cidade (tais como: passado/presente, centro histórico/periferia, negros/brancos, ricos/pobres, patrimônio material/patrimônio imaterial) foram se manifestando tanto em sua pesquisa de campo como em seu trabalho fotográfico. Por meio da exposição, Jean Pierre pretende tanger um diálogo e tencionar esses binarismos. A escolha estética do perto e banco nas fotografias, assim como a temática dos Mascarados e da Encomendação das Almas (performances culturais realizadas pelos moradores da cidade do seu entorno), foram estratégias estéticas para se falar sobre essas retas que tocam uma curva, ou superfície, sem cortá-las.
O artista conta que as representações dualistas presentes na estrutura social da cidade (tais como: passado/presente, centro histórico/periferia, negros/brancos, ricos/pobres, patrimônio material/patrimônio imaterial) foram se manifestando tanto em sua pesquisa de campo como em seu trabalho fotográfico. Por meio da exposição, Jean Pierre pretende tanger um diálogo e tencionar esses binarismos. A escolha estética do perto e banco nas fotografias, assim como a temática dos Mascarados e da Encomendação das Almas (performances culturais realizadas pelos moradores da cidade do seu entorno), foram estratégias estéticas para se falar sobre essas retas que tocam uma curva, ou superfície, sem cortá-las.
Para
Jean Pierre, seu projeto tem como objetivo promover a democratização do acesso
ás artes visuais no interior da Bahia e gerar o debate local referente visando
não só as artes visuais, mas também as questões patrimoniais e o uso da memória
coletiva como meio de expressão identitária da região. Dessa forma, por meio da
exposição, da palestra/debate e da distribuição do folder, pretende-se tanger e
dar visibilidade às manifestações artísticas do município no circuito das artes
visuais e, assim, promover o intercâmbio e circulação dos bens culturais da
região, principalmente os de natureza intangível.
Sobre o artista
Jean Pierre Pierote é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal (UFG) e mestrando em Antropologia Social, também pela UFG, desde 2012. Seu interesse pelas artes e projetos audiovisuais foi despertado logo cedo e, ainda na graduação, realizou três documentários de curta-metragem, recebendo em 2010 o Prêmio de Melhor Vídeo Etnográfico por Júri Popular na 1ª edição da Mostra de Vídeo Etnográfico da UFG (I MOVE).
Jean Pierre Pierote é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal (UFG) e mestrando em Antropologia Social, também pela UFG, desde 2012. Seu interesse pelas artes e projetos audiovisuais foi despertado logo cedo e, ainda na graduação, realizou três documentários de curta-metragem, recebendo em 2010 o Prêmio de Melhor Vídeo Etnográfico por Júri Popular na 1ª edição da Mostra de Vídeo Etnográfico da UFG (I MOVE).
Seu
deslanche como fotógrafo veio paralelamente à sua realização audiovisual. Jean
Pierre já apresentou seu trabalho fotográfico em Goiás, São Paulo, Bahia e
Espanha, tanto em ensaios coletivos, como individuais. Oriundo de Rio de
Contas, interior da Bahia, Jean Pierre sempre buscou trazer suas origens e um
pouco da história e tradições do lugar que o criou para seus projetos e obras.
Assim como suas produções audiovisuais, seus ensaios fotográficos e trabalhos
acadêmicos também são o reflexo de suas raízes.
O
antropólogo e artista trabalha a fronteira que existe entre antropologia e
visualidades desde 2006, explorando em sua obra principalmente o Sertão, as
manifestações culturais intangíveis, o patrimônio cultural edificado e as
polifonias urbanas.
Serviço:
Exposição do Projeto Tangência
Curadoria: artista visual Gláucia Soares
Quando: janeiro de 2014
Locais: Marcolino Moura, Barra do Brumado e Rio de Contas
Facebook: https://www.facebook.com/events/225947424232651/?fref=ts
Exposição do Projeto Tangência
Curadoria: artista visual Gláucia Soares
Quando: janeiro de 2014
Locais: Marcolino Moura, Barra do Brumado e Rio de Contas
Facebook: https://www.facebook.com/events/225947424232651/?fref=ts
Programação
Marcolino Moura (BA)
Vernissage e conversa com o artista: 10 de janeiro de 2014 às 20h no pátio da Sociedade de Educação e Cultura Marcolino Moura.
Visitação: 11 e 12 de janeiro de 2014 na sede Sociedade de Educação e Cultura Marcolino Moura e nas ruas do distrito.
Marcolino Moura (BA)
Vernissage e conversa com o artista: 10 de janeiro de 2014 às 20h no pátio da Sociedade de Educação e Cultura Marcolino Moura.
Visitação: 11 e 12 de janeiro de 2014 na sede Sociedade de Educação e Cultura Marcolino Moura e nas ruas do distrito.
Barra do Brumado (BA)
Vernissage e conversa com o artista: 18 de janeiro de 2014 às 20h na sede da Associação.
Visitação: 19 e 20 de janeiro de 2014 na sede da Associação e nas ruas do povoado.
Vernissage e conversa com o artista: 18 de janeiro de 2014 às 20h na sede da Associação.
Visitação: 19 e 20 de janeiro de 2014 na sede da Associação e nas ruas do povoado.
Rio de Contas (BA)
Vernissage e conversa com o artista: 25 de janeiro de 2014 às 20h no Espaço-Imaginário.
Visitação: 26/01/2014 até 25 de fevereiro de 2014 no Espaço-Imaginário e nas ruas da cidade.
Vernissage e conversa com o artista: 25 de janeiro de 2014 às 20h no Espaço-Imaginário.
Visitação: 26/01/2014 até 25 de fevereiro de 2014 no Espaço-Imaginário e nas ruas da cidade.
Entrada franca para todas as atividades.
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