Nenhum
dos nove PMs da Rondesp envolvidos na operação que matou 12 pessoas no Cabula,
em 6 de fevereiro, foi indiciado pela Polícia Civil no inquérito que apura a
ação. Segundo fontes ligadas ao caso, o documento foi entregue pelo
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao juiz Vilebaldo José de
Freitas Pereira, do 1° Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Procurada, a
Polícia Civil negou que o inquérito já tivesse sido entregue à Justiça, embora
o prazo final fosse na terça-feira (30). A assessoria informou que o inquérito
foi finalizado ontem, mas o delegado-geral Bernardino Brito Filho solicitou ter
acesso a ele, antes de que fosse enviado à Justiça.
A assessoria informou
ainda que o conteúdo do documento virá à tona em uma coletiva à imprensa.
Segundo a Polícia Civil, a demora na conclusão do inquérito deu-se por causa
dos laudos periciais, emitidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT),
principalmente a reconstituição dos fatos, que durou nove horas, no dia 29 de
maio. Logo após a reconstituição, o DPT informou que há indícios de que as
mortes foram resultado de um confronto. A informação foi de encontro à
investigação independente do Ministério Público Estadual (MP), que, após
procedimento de investigação próprio, denunciou, no dia 18 de maio, os nove PMs
pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio.
A
denúncia foi baseada nos laudos do próprio DPT, com exceção da reconstituição
(que ainda não havia sido realizada), com informações das investigações do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Corregedoria da
Polícia Militar, além de depoimentos de testemunhas e dos acusados. Os
promotores Davi Gallo, José Emmanoel Lemos, Cassio Marcelo de Melo e Ramires
Tyrone, fizeram os pedidos de prisão preventiva dos envolvidos. Na ocasião, o
promotor Davi Gallo disse que a operação foi “execução” motivada por
“vingança”. O promotor afirma que laudos de exame cadavérico descreveram as
trajetórias das balas e que as vítimas já estavam rendidas e receberam tiros de
cima para baixo a dos policiais militares. Matéria extraída na íntegra do
Correio24h.
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