Arquitetos
do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), Ligia Larcher
e José Carlos Matta, estiveram na sede do município de Palmeiras, localizada
336 km de Salvador, região da Chapada Diamantina, entre os dias 17 a 19 de
junho. O objetivo era definir a Poligonal de Tombamento Estadual e realizar
vistorias para a aprovação de projetos e obras, com uma atenção especial para o
projeto intitulado ‘Proposta de Recuperação das Fachadas’ da Associação
Beneficente, Cultural e Esportiva de Palmeiras.
O
Centro Histórico da Cidade de Palmeiras está tombado pelo Governo Estadual
desde julho de 2014. Em linhas gerais, a definição da poligonal referendou o
Tombamento Municipal, processo de patrimonialização que vem ocorrendo desde o
ano de 1998. O tombamento segue a adoção de parâmetros criteriosos como a
originalidade, a importância histórica, o território identitário, o mérito e o
valor, que definirão o que pode ou não tornar-se patrimônio cultural. Os bens
tombados na área urbana de Palmeiras poderão receber financiamentos públicos
para restauração e conservação, além de oferecer para a comunidade um traço
original, peculiar e singular que os difere de outras localidades,
impulsionando também o turismo da região.
A
poligonal que contém a ‘Área de Proteção Rigorosa’ de Palmeiras ficou assim
definida: Rua Barão do Rio Branco, Rua Carlos Torres; Rua 15 de Janeiro, até o
número 81; Rua Benjamin Constant, a partir do número 94; Rua Coronel A. Afonso;
Rua Manoel Vitorino; Rua 24 de Outubro; Rua 13 de Maio; Rua A. José Marcelino;
Rua Luiz Viana; Travessa Dr. José Gonçalves; Rua do Campo de Futebol; paralela
da Praça Dr. José Gonçalves; Rua Rui Barbosa, até o encontro com a Rua Barão do
Rio Branco.
As
áreas adjacentes que constituem o entorno da Poligonal de Tombamento, também
ficarão protegidas sob a denominação de ‘Área de Proteção Contígua à Área de
Proteção Rigorosa’. “Toda e qualquer intervenção nessas áreas deverá ser
previamente submetida à análise e aprovação do IPAC, sob pena de multa, embargo
e adoção de medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis, inclusive
responsabilização criminal”, alerta o Diretor da Diretoria de Projetos, Hermano
Queiroz.
Quanto
à ‘Proposta de Recuperação das Fachadas’, trata-se da recuperação de elementos
das fachadas que foram descaracterizadas ao longo do tempo, a exemplo de
portas, janelas e coberturas, o que implicará também na recuperação do reboco e
na repintura das fachadas recuperadas. O projeto será financiado através das
leis de incentivo à cultura e contará com a orientação técnica e fiscalização
do IPAC.
Para
a arquiteta Lígia Larcher, a iniciativa de requalificação dos imóveis é
importante, uma vez que as intervenções propostas visam a valorização do
conjunto urbano tombado, num processo multiplicador que certamente influenciará
a maneira como a comunidade local conservará, em particular, o patrimônio
edificado e, em geral o patrimônio cultural. “Trata-se, na verdade, de uma
restauração da imagem histórica da cidade que, por certo, trará significativos
benefícios ao Município”, explica o arquiteto José Carlos Matta.
A
iniciativa partiu da comunidade local, que mobilizou os seus esforços para a
consecução do objetivo comum de valorizar a cidade do ponto de vista estético,
requalificando, ao mesmo tempo, um importante segmento cultural histórico – o
patrimônio edificado -, o que também se caracteriza como uma iniciativa que tem
apoio garantido do IPAC.
História
A cidade de Palmeiras é considerada a caçula das ‘Lavras Diamantinas’, ou seja, lugares que historicamente fizeram parte do circuito do extrativismo dos diamantes na região, assim como Lençóis, Mucugê e Andaraí, já tombadas como patrimônio cultural do Estado. “A única cidade que não foi tombada totalmente é Palmeiras e ela também possui praticamente as mesmas características e importância histórica das demais cidades”, salientou Queiroz.
A cidade de Palmeiras é considerada a caçula das ‘Lavras Diamantinas’, ou seja, lugares que historicamente fizeram parte do circuito do extrativismo dos diamantes na região, assim como Lençóis, Mucugê e Andaraí, já tombadas como patrimônio cultural do Estado. “A única cidade que não foi tombada totalmente é Palmeiras e ela também possui praticamente as mesmas características e importância histórica das demais cidades”, salientou Queiroz.
Concentra
sua atividade econômica na exploração de diamantes, carbonatos, cristal de
rocha e calcário, e conserva intacto o importante casario histórico, facilmente
observado no Palacete dos Alcântaras, na Prefeitura Municipal, na Igreja Matriz
do Bom Jesus e nas diversas capelas e casarões.
Palmeiras
também é reconhecido por ser a porta de entrada para o Vale do Capão, um dos
principais destinos da Chapada Diamantina. Também está próxima de importantes
atrativos naturais, como o Morro do Pai Inácio e o Morro do Camelo, além dos
Sítios Arqueológicos do Matão, da Serra Negra e do Poço dos Impossíveis. Outros
atrativos que integram o município são os casarios coloniais, como o Museu da
Cidade. Além disso, uma das maiores festas de Carnaval da Bahia acontece em
Palmeiras.
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