Cachoeiras,
montanhas e muitas trilhas. Na Chapada Diamantina, o Vale do Capão é o destino
ideal para quem quer aproveitar as férias em meio à natureza. O vilarejo,
porém, guarda mais um atrativo para quem busca descansar em harmonia com o meio
ambiente: a gastronomia. A maior parte dos restaurantes do Capão é dedicada à
comida vegetariana, com variedade que promete deixar até o mais carnívoro dos
visitantes com água na boca. A história recente da vila localizada no distrito
de Caeté-Açú, na cidade de Palmeiras, ajuda a explicar a quantidade de opções
para quem prefere deixar os animais de fora do cardápio.
Cerca
de 30 anos atrás, quando a população do Capão não passava de 500 pessoas que
viviam basicamente da produção de alimentos, comunidades hippies começaram a se
instalar na região em busca de uma vida simples em meio à natureza. Com
alimentação basicamente vegetariana, aos poucos começaram a influenciar a vida
da população.
Foi
mais ou menos nessa época que o agricultor suíço Thomas Peterhans começou a
aproveitar as sobras da horta para preparar pizzas para seus amigos, nos fundos
de sua casa. Na receita, uma fina camada de massa integral é coberta com
cenoura, muçarela, basílico, tomate, azeitona, alho e orégano em sua versão
salgada, e banana, mel, canela, cachaça, castanha de caju, linhaça, gergelim,
semente de girassol e muçarela na versão doce. A criação logo começou a fazer
sucesso, levando o suíço a transformar sua casa em pizzaria.
Ao
contrário da fartura de hoje, quem frequentava o Capão há 20 anos tinha na
pizzaria uma das únicas opções de refeição. A outra estava a poucos metros
dali, no restaurante de Dona Dalva. Nativa do vilarejo, começou a oferecer PFs
para os visitantes, com opções de carne inclusive (o que faz ainda hoje). Mas
foi um quitute tradicional da região que fez sua fama. Por toda a Chapada
Diamantina, é comum encontrar jaqueiras. Enquanto a maioria saboreia a doce
fruta já madura, Dona Dalva resolveu cozinhá-la ainda verde. Nasceu assim o
palmito de jaca.
Apesar
de não ter nada de palmito, foi nomeado devido à consistência que adquire
depois de cozido. Sem o doce do fruto maduro, adere facilmente ao tempero nele
empregado. O pastel de palmito de jaca de Dona Dalva até hoje divide espaço com
as cachoeiras na lista de “atrações turísticas” obrigatórias do Capão.
Atualmente o ingrediente recheia coxinha e serve até de substituto do peixe na
tradicional moqueca baiana.
O
tempo trouxe opções mais requintadas ao vale. Exemplos são os bistrôs
vegetarianos Pachamamma e Massala. Os dois restaurantes apostam na mistura de
ingredientes frescos adquiridos de produtores locais com outros mais refinados.
Enquanto no primeiro o chef paulistano Pedro Camargo, 27, busca atribuir um
caráter gourmet ao cardápio, no Massala a inspiração do curitibano Evandro
Gonçalves, 44, vem da cozinha indiana. Ambos os menus mudam diariamente,
renovando sempre as opções oferecidas aos clientes de acordo com os
ingredientes à disposição.
Comida de rua
A variedade gastronômica também alcança as ruas e a praça da vila. Durante a temporada de verão e feriados prolongados, o Vale do Capão se enche de turistas. Com eles, pipocam as barraquinhas de comida. E até nelas a predominância é da comida vegetariana. As opções são variadas, com bolos, suco verde, tortas, tapioca. Tudo vegetariano. As paulistanas Renata Mantoan, 26, e Natassia Melo, 26, são duas que frequentemente podem ser encontradas pela vila. Adeptas do crudivorismo (quem só come comida crua), elas estão à frente do Navegantes – Amor & Alimento, preparando o que chamam de comida viva. Abusando de ingredientes fermentados e grãos geminados, a dupla afirma que desta forma o alimento guarda toda sua força vital e, consequentemente, o máximo dos nutrientes.
A variedade gastronômica também alcança as ruas e a praça da vila. Durante a temporada de verão e feriados prolongados, o Vale do Capão se enche de turistas. Com eles, pipocam as barraquinhas de comida. E até nelas a predominância é da comida vegetariana. As opções são variadas, com bolos, suco verde, tortas, tapioca. Tudo vegetariano. As paulistanas Renata Mantoan, 26, e Natassia Melo, 26, são duas que frequentemente podem ser encontradas pela vila. Adeptas do crudivorismo (quem só come comida crua), elas estão à frente do Navegantes – Amor & Alimento, preparando o que chamam de comida viva. Abusando de ingredientes fermentados e grãos geminados, a dupla afirma que desta forma o alimento guarda toda sua força vital e, consequentemente, o máximo dos nutrientes.
As
opções, porém, estão em constante mudança. O perfil meio hippie de quem vive no
Vale do Capão faz com que nem todos se fixem na vila por muito tempo. O que não
deve mudar, porém, é o domínio vegetariano do cardápio. “Muita gente vem aqui
não só para conhecer um lugar bonito, mas em busca de espiritualidade, de auto
conhecimento, conta Evandro Gonçalves. “Não que ser vegetariano seja ser
espiritual, mas é uma busca por harmonia, por equilíbrio, então acaba
influenciando”. O texto é do jornalista Felipe Floresti, do Portal UOL.
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