Com 46 parques eólicos espalhados pelo estado, a Bahia atinge a
potência instalada de 1,2 GW na produção de energia eólica, o equivalente à
metade da energia elétrica que é distribuída no estado atualmente. A marca –
alcançada depois que os parques eólicos Caetité A, B e C entraram em operação
comercial, em setembro deste ano, coloca o estado na posição de quarto maior
estado brasileiro em produção de energia. Nos próximos anos, a Bahia deve ocupar
a primeira posição.
Segundo dados de setembro da Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), o território baiano é o que mais possui parques eólicos em
construção, um total de 164, quase o dobro do segundo colocado, o estado do Rio
Grande do Norte, com 84 parques em andamento. Tais valores devem crescer a
partir dos novos leilões de energia eólica, nos quais a Bahia tem captado
grande parte dos recursos.
Nos dois últimos leilões para contratação de energia eólica,
realizados em 2014, a Bahia continuou sendo destaque. Dos 67 projetos que foram
arrematados, 33 serão implantados no estado. Juntos, eles vão resultar em
investimentos de cerca de R$ 3,1 bilhões. O próximo leilão está marcado para
novembro e, mais uma vez, o estado concorre na captação de recursos para a
geração desse tipo de energia.
Numa projeção dos investimentos para os próximos anos, a
expectativa é que a Bahia se torne o maior estado produtor de energia eólica em
até quatro anos, de acordo com o diretor de energia da Secretaria de Infraestrutura
do Estado (Seinfra), Celso Rodrigues. “O último Atlas Eólico da Bahia constatou
que temos a capacidade de 195 GW de energia eólica no estado, o que nos torna
um dos maiores potenciais eólicos do planeta. Nos tornar o maior produtor no
País é uma consequência natural do processo que passamos neste momento, quando
aproveitamos a capacidade produtora do estado e fortalecemos toda a cadeia
produtiva”, explicou o diretor de energia.
Cadeia produtiva
De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico
(SDE), o setor de energia tem atraído também empreendimentos ligados aos
parques e às usinas eólicas, desenvolvendo a indústria do setor, como as
fábricas de componentes e equipamentos – a exemplo de torres eólicas, pás,
nacelles (caixa do rotor do aerogerador) e montagem de turbinas. Alguns desses
empreendimentos são as quatro plantas instaladas em Camaçari, na Região
Metropolitana de Salvador (RMS), e a indústria inaugurada no início deste ano
em Itabuna.
Para o diretor de energia da Seinfra, o adensamento da cadeia
produtiva de energia renovável na Bahia gera frutos para todos os setores da
economia, uma vez que torna o estado uma referência nacional, mas a realidade
local também sente diretamente as mudanças. “Desde os profissionais que são
qualificados especificamente para as novas funções, até as pessoas que deverão,
em breve, receber treinamento para atuar na manutenção desses parques, chegando
também na realidade dos municípios baianos do interior, localizados
principalmente na região do semiárido baiano, que recebem esses investimentos.
Isso sem falar na produção de energia solar fotovoltaica, que está se
desenvolvendo para trabalhar de forma complementar à eólica”, explicou Celso
Rodrigues.
Seminário
Levando em conta o potencial baiano, nos dias 24 e 25 deste mês,
Salvador vai sediar o Fórum Nacional Eólico-Carta dos Ventos, no Senai-Cimatec.
Entre os debates, que vão reunir empresários, especialistas e interessados no
tema, estão a qualificação da mão de obra, elaboração de políticas públicas
para geração de energia eólica e desafios da transmissão.
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