Segundo
informações da Agência Brasil, a organização não governamental (ONG) Justiça
Global formalizou denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da
Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre ameaças, intimidação e
perseguições feitas por policiais militares da Bahia a integrantes da Campanha
Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, uma articulação de entidades que
lutam contra o genocídio da população negra.
Segundo
a ONG, a situação se intensificou após a chacina do Cabula, quando a Campanha
Reaja denunciou que os 13 jovens assassinados não entraram em confronto com a
polícia. A organização defendeu que eles foram executados, como comprovado
posteriormente nos laudos necroscópicos e em inquérito feito pelo Ministério
Público da Bahia.
Policiais
Militares das Rondas Especiais (Rondesp) postaram na página da Reaja, em uma
rede social, uma imagem com símbolos da campanha com a frase “reaja e será
morta, reaja e será morto”, com a logomarca da corporação. Há também registro
de mensagens via whatsapp para intimidar o coordenador do movimento, Hamilton
Borges.
Na segunda semana de
junho, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público pedindo o indiciamento
de nove envolvidos na chacina. Hamilton denunciou que nesta mesma semana uma
viatura da PM passou vigiar a rua onde ele mora e a estacionar o carro em
frente à sua residência. A denúncia diz ainda que policiais militares
revistaram e espancaram moradores do bairro.
Os
integrantes da campanha informaram ainda sobre constantes blitze feitas no
bairro do Cabula, especialmente próximo onde moram familiares dos jovens
assassinados e que integram a Campanha Reaja.
A
Justiça Global afirma que jornalistas que cobriram a chacina do Cabula e a
execução de Geovane Mascarenhas de Santana, 22 anos, em Salvador, no dia 2 de
agosto de 2014, também sofreram intimidações, denunciadas também pelo Sindicato
dos Jornalistas da Bahia.
Além
de solicitar à OEA que acompanhe os desdobramentos do processo da chacina do
Cabula e as ameaças de morte aos integrantes da Campanha Reaja, a Justiça
Global pede que o governo da Bahia adote medidas que acabem com as violações de
direitos humanos.
As
assessorias de comunicação do governo da Bahia e da Polícia Militar foram
contatadas na ultima quinta à noite (25), quando foi divulgada a denúncia, para
comentar e se posicionar sobre o assunto. Até a manhã da ultima sexta-feira,
prazo acordado para ter respostas do órgão e do governo baiano, a Agência
Brasil não foi contatada.
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